Escolhidos - Elaine de Jesus
Elaine de Jesus não é novata na música gospel. Prestes a completar 20 anos de carreira a cantora possui uma discografia considerável e muitos hits em sua carreira. Atualmente na Sony Music, lançou em 2010 o álbum Celestial, que alcançou mais de quarenta mil cópias vendidas. Em julho deste ano chegou às lojas Escolhidos, que até o presente momento que escrevo esta análise é disco de ouro, mostrando a expectativa do público para esta obra.
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Após dois discos de pouco agrado ao público, Transparência e Celestial, a cantora volta com tudo em Escolhidos. A escolha do repertório durou vários meses e gerou um conjunto de faixas muito bom. Tecnicamente o álbum é excelente. Produzido por Adelso Freire e Ronny Barbosa a gravação de Escolhidos uniu ótimos músicos, com destaque para Alexandre Aposan, conceituado baterista cristão, integrante da Oficina G3 e que trabalha com Elaine há muito tempo.
O encarte traz aquele ar de "luxo". Criatividade nula, mas não deixa de ser um bom trabalho produzido pela NaMassa, empresa que cada vez mais tem estado presente nos projetos gráficos do meio gospel. As fotos contidas no encarte foram registradas nos Estados Unidos.
A primeira faixa do trabalho foi à canção de trabalho do disco. "Que ele Cresça" possui uma letra pouco explorada no chamado meio "pentecostal", tendo uma letra mais vertical que evita usar milagres ou algo do tipo como tema. Uma união dos arranjos de cordas, piano e violão traz um clima pop à canção. O vocal forte, típico deste estilo se faz presente.
Falando em milagres, logo é executada a segunda música, "Provocando Milagres". Aqui o som da guitarra é mais presente, mas as cordas e os violões da faixa anterior se mantêm. Letra chiclete e bem clichê com um refrão forte.
"Escolhidos" é de Anderson Freire e é a canção título da obra. Dentre as faixas do repertório é uma das que possuem uma das melhores letras e arranjos do repertório. Mais uma vez a presença das cordas embeleza a canção.
Mais uma canção sobre cura e milagres, "Então será Curado" possui uma das sonoridades pop mais notáveis de Escolhidos. Aqui Elaine faz uma boa interpretação com poucos exageros vocais.
Num momento mais lento do disco vem "Salmo 23" de Moisés Cleyton. A letra é cheia de clichês evangélicos, e só remete claramente ao texto de Davi em seu refrão, mas que emenda com uma série de frases. Mais uma canção cheia de "pressão" nos vocais, porém não é muita novidade em relação ao trabalho.
Em "Hoje Tem Festa" é notável a qualidade do arranjo, o melhor da obra. Destaque para o virtuosismo do baixo e da bateria. Aqui Elaine mescla suas influências com a black music. Excelente.
Voltando ao repertório vertical vem "O Senhor do Reino é Ele", que mais uma vez se destaca nas cordas. Ao passar do tempo à canção vai sendo "encorpada". Outro ponto forte do repertório.
"A Demora de Deus" é uma balada que, assim como várias outras no disco não apresenta nenhuma novidade. Em seguida há "Sacerdote Fiel", com a letra mais congregacional do disco. Destaque para a condução do teclado.
Assim como o nome sugere, "Atos 2" trata o dia de Pentecostes, um tema bastante explorado no "pentecostal". Contém um arranjo comum, mas uma condução mais rápida que as demais, mostrando um caráter mais "reteté".
A partir daqui o trabalho começa a ficar cansativo de se ouvir, acredito que seja pelo excesso de faixas, uma quantidade máxima de doze seria ideal. A sonoridade de "Anonimato" é interessante, porém a letra é bastante clichê.
Em "Parceria" Elaine surge com um vocal forte e grave, diferindo das canções anteriores. A letra, referente ao relacionamento de Moisés com Deus destaca-se pela presença do teclado e da bateria.
A partir daí ainda vêm duas canções: "Surpresa da Glória" retrata a glória de Jesus numa sonoridade bastante pop. Em "Quero Mergulhar", destaque para o riff da guitarra e o som do baixo. Mais uma letra bem clichê, que fala de água e milagres.
Finalizando a obra é executada "Ressuscitou, Ele está Vivo". Sua excelente introdução dá o ar de uma trilha sonora, executada com qualidade por cordas. A letra que conta sobre a cruficicação e ressureição de Jesus Cristo é bem interpretada aliada à melodia que termina Escolhidos de forma agradável.
Particularmente não me indentifico com canções pentecostais, mas é notável que Elaine soube mesclar várias sonoridades e influências em sua obra que claramente é mais pop. Ainda há clássicos erros oriundos da música pentecostal, como a repetição excessiva de temas como milagre. O trabalho seria mais agradável se houvesse menos faixas, mas no geral é uma excelente obra. Nota 8 de 10.
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